Somente no sábado, mais de seis mil pessoas passaram pelo Centro de Eventos da Festa da Uva
Caxias do Sul - Um fim de semana de bom público na Mãos da Terra - Feira Internacional de Cultura e Artesanato e 3ª Mostra do Artesão Caxiense. Somente no sábado mais de seis mil pessoas passaram pelo Centro de Eventos da Festa a Uva, onde os eventos acontecem até o próximo dia 8 de maio. No domingo, as feiras abriram com uma expectativa de público ainda maior, o que se confirmou.
Para Marcus Romera, diretor de Operações da M&K, Art Promoções e Eventos, empresa que organiza a Mãos da Terra, o primeiro fim de semana está dentro da expectativa. "É uma feira já conhecida do público caxiense que aprecia não só o artesanato nacional e internacional, mas também o que é feito em Caxias do Sul". Romera reforça ainda a parceria com a Prefeitura como um dos fatores para o sucesso da Mãos da Terra em seu terceiro ano na cidade.
Atrações não faltam ao visitante. A Mãos da Terra e Mostra do Artesão Caxiense reúnem 250 expositores de 28 países e 15 estados brasileiros. Caxias do Sul está representada por 142 artistas. No piso superior está a Praça do Artesão com várias manifestações artísticas e culturais. "A feira não é só venda, é também cultura", observa Romera. Assim, os índios da tribo Pataxós, do sul da Bahia, vendem o seu artesanato e, ao mesmo tempo, divulgam seus costumes por meio de rituais de dança. No sábado foram duas apresentações. No domingo foi a vez da exibição da Dança do Ventre, com o Grupo Estrela Sirus, de Caxias do Sul.
Próximo aos índios Pataxós está um dos artesãos que mais tem despertado a atenção do público da Mãos da Terra. Figuer Maia, 34 anos, faz caricaturas temáticas em tela - colorida e preto e branco – a partir da técnica da aerografia. “A pessoa escolhe o local onde quer estar e a gente se vira para inseri-la no ambiente”, diz bem-humorado o artista. Esta é segunda vez que Figuer vem a Caxias do Sul e tem boas recordações da cidade. “Estive na Festa da Uva, quando bati o meu recorde: 120 caricaturas num único dia”. Figuer viaja o Brasil divulgando a sua arte. Ele também já esteve em Portugal.
A Mãos da Terra também traz a Caxias do Sul o PAB - Programa do Artesanato Brasileiro, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O PAB enviou artesãos de onze estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Alagoas, Maranhão, São Paulo, Amazonas, Pará, Espírito Santo, Tocantins, Amapá e Minas Gerais.
A Argentina também se faz presente na Mãos da Terra em um espaço de 100 metros quadrados onde dez artesãos comercializam diversos tipos de trabalhos produzidos nas
províncias de Tucuman, Buenos Aires, Entre Rios, Córdoba e Santa Fé. A vinda destes artistas foi viabilizada por meio de um pedido do Consulado da Argentina em Porto Alegre. Pela primeira vez expondo no Brasil, Marcelo Sainz, de Buenos Aires, se diz encantado com o interesse do caxiense por artesanato. “É um povo e uma cidade fantásticos”, elogia. Sainz é especialista na pintura de paisagens em madeira ou metal. A técnica é conhecida como Filetado Porteño e chegou ao país vizinho no início do século XX. O artista conta que em meados da década de 1960, o Filetado Porteño passou a ser utilizado na decoração de carros. Hoje, é mais usada na decoração de ambientes.
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